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O joelho é uma articulação complexa formada por diversas estruturas, tendo importante destaque os ligamentos. Dentre estes destaca-se o ligamento cruzado anterior (LCA) por ser o mais frequentemente lesado e, assim, ser causa de inúmeras cirurgias.

O LCA exerce função principalmente no controle da translação anterior do joelho e atua também na restrição da rotação tibial. Além dessa função mecânica, apresenta também importante papel na propriocepção.

A maioria das lesões está relacionada à pratica de esportes com especial destaque para o futebol e outras atividades que exigem mudanças bruscas de direção e/ou apresentam contato corporal. Acomete principalmente indivíduos jovens, com uma incidência crescente em mulheres e também em crianças.

Além da morbidade gerada, com afastamento do trabalho e de atividades esportivas e recreacionais, a lesão do LCA está associada a um maior risco de desenvolvimento de artrose do joelho no futuro.

O diagnóstico da ruptura do LCA pode ser feito a partir da coleta da história do trauma sofrido aliada a um exame físico cuidadoso feito por cirurgião de joelho, aplicando testes específicos. O relato de um estalido durante o entorse do joelho é fator bastante associado à lesão. Deve-se buscar também o diagnóstico de lesões associadas. Para confirmação da lesão a ressonância magnética consiste no melhor exame.

Tratamento

Para tomar a decisão quanto à melhor opção de tratamento deve-se conhecer bem o paciente, levando em conta sua idade, trabalho, prática desportiva, lesões associadas e expectativas após o tratamento.

O tratamento não cirúrgico pode ser uma opção para pacientes cujos joelhos não apresentem instabilidade significativa e que não desejem retomar determinadas atividades esportivas. O tratamento é realizado por meio de programa de reabilitação com fisioterapia e atividade física orientada aliado ao acompanhamento ortopédico periódico.

Entretanto, hoje em dia, há uma maior tendência a indicar-se o tratamento cirúrgico para as rupturas do LCA especialmente por observar-se bons resultados com as intervenções quando aplicadas técnicas cirúrgicas adequadas.

Importante ressaltar que, mesmo para aqueles pacientes que serão submetidos à cirurgia, o tratamento inicial passa por medidas não cirúrgicas como adequado controle da dor, regressão do edema e recuperação do arco de movimento do joelho.

O planejamento cirúrgico inicia-se pela escolha do enxerto a ser utilizado, sendo mais comumente utilizados em nosso meio os auto-enxertos de tendões flexores (grácil e semi-tendíneo) e 1/3 central do tendão patelar. Existem vantagens para cada um destes, porém os estudos apontam para resultados similares com recuperação funcional satisfatória ao final da reabilitação. Outro ponto que varia bastante diz respeito aos métodos de fixação. Diversos podem ser utilizados, oferecendo adequada fixação do enxerto ao osso e a escolha é definida conforme a preferência do cirurgião.

Reabilitação

A reabilitação pós-operatória é parte fundamental para a plena recuperação do paciente após uma cirurgia de reconstrução do LCA. A interação entre paciente, cirurgião e fisioterapeuta é de suma importância durante todo o processo, bem como a escolha pelo profissional capacitado. Atendendo a esses critérios a fisioterapia deve ter início dentro dos primeiros dias de pós-operatório.

Na fase inicial dá -se mais atenção ao controle da dor, redução do edema e recuperação gradual da amplitude de movimento do joelho operado. Orientação para correção da marcha deve ser realizada desde o início, com o apoio do membro operado sendo liberado desde a alta hospitalar devendo utilizar-se um par de muletas para auxílio nas primeiras semanas.

À medida que o processo de reabilitação segue, exercícios para fortalecimento e propriocepção são inseridos. Nesse momento o trabalho de um bom profissional de educação física, que entenda bem a lesão, é bem vindo. Ressalta-se novamente a importância da interação entre educador físico e demais profissionais envolvidos.

Por fim, dá-se sequência à recuperação com objetivo de retorno funcional e esportivo, aplicando protocolos específicos segundo a demanda individual de cada paciente. Todo o processo leva um mínimo de 6 a 8 meses, podendo chegar até a 1 ano para a plena recuperação. O retorno ao esporte é gradual e deve conter-se a ansiedade dos pacientes para a volta aos gramados, quadras, tatames e afins, de maneira a garantir um retorno seguro e minimizar a chance de dores ou novas lesões futuras.